morro do Macaco

terça-feira, maio 20, 2008

Michel de Montaigne

Uma Maria: Djalmão, meu nego, deixe de lado as preocupações e seja feliz!!



Djalmão: Eu quero então é beijaaaaaaaar!

sexta-feira, maio 16, 2008

sofá

Percorro seu corpo descomunal. Caminho pelas suas cicatrizes, mapa mundi, palma da mão. Corro sobre suas sardas, meu tapete persa, contemplo-me no abismo das suas pupilas, árvores frondosas, mangues, orquídeas, a praia deserta de Ipanema, as pedras do Arpoador, o sahara, o sertão, cavalos ensangüentados, cabelos de medusa, trovoadas de chuva – e as coisas que ela ri, sacanagens que ela geme, gargalhadas que ela berra e chora quando furiosamente mordo sua boca. Esqueço-me a sombra das suas tetas lisas e escorregadias. Com saliva redesenho as linhas das suas tatuagens, seu pescoço, o gosto vermelho dos lábios, a aspereza da língua. Me agarro aos cabelos, dedos, pés, pêlos, pernas, anéis, unhas – e escorrego lentamente pela bunda, escalo pés, pernas, coxas, bunda e boceta.

E, esquecido, vou vivendo vagarosamente os dias que me restam. Um gato gordo e extenuado dorme absorto sobre a sua barriga.

terça-feira, maio 06, 2008

trem expresso

tomando uma xícara de café expresso, num bar de esquina, num breve instante, num milimétrico segundo, ele pensou no Amor, um diamante infinitesimal microscópico, pedra ancestral, estrela fulminante, objeto distante e agudo, flecha, sangue, pequenez - a dor perdida no meio da lama do infinito dos extremos dos confins do jardim Gramacho